A PODA

A PODA

Helena e Melo

Outubro de 2015

Hoje o dia amanheceu com o sol menino reinando na imensidão do céu azul.

Poucas nuvens e vento amenos.

Toda a natureza era um convite a uma caminhada.

As plantas que ladeavam a estrada se diferenciavam em beleza e forma.

Costumo deixar o pensamento em estado de contemplação enquanto caminho.

Foi ai que percebi um jardineiro podando um arbusto.

Era seu trabalho, mas aquela tarefa era efetuada de maneira especial.

Parei e observei.

A tesoura nas mãos daquele jardineiro moldava e ajudava a natureza a renovar-se.

Aquela cena me levou a uma associação.

O jardineiro e seus pais.

O primeiro trabalha a natureza. Os pais educam os filhos.

Ambos limitam a desordem e direcionam o cuidar na ordem de crescimento positivo.

A PODA e o NÃO, mesmo que provoquem dores, são atos de amor.

São cuidados e proteções.

E naquele instante agradeci os NÃOS que os pais dizem aos filhos.

NÃOS que mais tarde os filhos repetirão aos seus filhos.

E isso porque só o tempo leva à compreensão e à sabedoria.

Pobre jardim sem PODA. Pobre criança sem NÃOS.

E gradecendo ao criador o privilégio de estar viva, reiniciei a caminhada.